Skip to main content
Category

News

Saúde

By News

Em fórum, cirurgiões plásticos reclamam da atuação de médicos não especialistas

Aline Leal
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No Dia do Cirurgião Plástico, comemorado hoje (7), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) informou que cerca de 12 mil médicos atuam na área sem formação específica. “Este número, do Conselho Federal de Medicina, é o de médicos que não têm treinamento específico para realizar esse tipo de procedimento, sem nenhuma formação adequada”, relata José Horácio Aboudib, presidente da SBCP.

“Eles [médicos não especialistas em cirurgia plástica] invadem todas as outras especialidades em busca daqueles procedimentos que possam dar alguma rentabilidade”, acrescentou Aboudib, que participa do Fórum Nacional Defesa do Especialista.

Segundo o Conselho Federal de Medicina, os profissionais graduados em medicina estão autorizados a fazer qualquer procedimento médico, porém aconselha-se às pessoas buscar os profissionais especializados na área em que procuram atendimento.

O presidente da SBCP recomenda aos pacientes verificar se o médico é especializado antes de fazer a cirurgia plástica. No site da sociedade, está disponível lista com os nomes dos profissionais com título de cirurgião plástico no país. São 5.200 médicos especialistas na área.

“O médico para ser especialista em cirurgia plástica tem que fazer seis anos de faculdade, dois anos de residência em cirurgia geral e três de plástica. Em torno de 14 mil horas de treinamento,” explica, ressaltando que “hoje o Brasil é o maior centro de ensino de cirurgia plástica do mundo”.

Um levantamento feito pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo mostra que 97% das reclamações sobre cirurgia plástica são contra profissionais não especialistas na área, segundo o presidente. No Brasil, são feitas cerca de 700 mil cirurgias plásticas por ano. De acordo com Aboudib, as mais procuradas são a de mama e lipoaspiração.

Edição: Carolina Pimentel

Médicos discutem medidas

By News

Médicos discutem medidas para aumentar a segurança de cirurgia plástica

Em encontro, representantes de entidade médica defenderam que somente profissionais com especialização adequada possam realizar o procedimento.

Vivian Carrer Elias

Em um fórum médico realizado nesta sexta-feira em Brasília, representantes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) defenderam medidas que, de acordo com a entidade, promoveriam maior segurança a pacientes submetidos a operações estéticas e reduziriam o número de casos de cirurgias mal sucedidas. Para a sociedade, somente profissionais com especialização em cirurgia plástica e reconhecidos pela SBCP deveriam ser autorizados a realizar esse tipo de procedimento — atualmente, nenhuma lei proíbe que um médico de outra especialidade o faça.

Ser um cirurgião plástico reconhecido pela SBCP significa ter cursado os seis anos da graduação em medicina e outros cinco de pós-graduação, sendo dois deles de especialização em cirurgia geral e os outros três em plástica. A sociedade ainda exige que, na especialização, o futuro cirurgião receba um treinamento de 40 a 60 horas semanais e seja aprovado em uma prova escrita e outra oral aplicada pela própria SBCP.

Leia também: Cirurgias plásticas: começou a temporada de busca pela perfeição

Os membros da sociedade também defendem que nem todas as cirurgias plásticas possam ser realizadas em clínicas de pequeno ou médio porte. De acordo com José Horácio Aboudib, presidente da SBCP, a ideia é que um paciente submetido a mais do que duas operações estéticas de uma só vez, ou então a algum procedimento mais longo, por exemplo, somente pudesse ser operado em hospitais grandes. O mesmo vale para a lipoaspiração. “Se houver algum problema de perfuração nesse procedimento, os médicos devem partir para uma cirurgia geral, a qual uma clínica pequena não tem condições de realizar”, disse Aboudib ao site de VEJA.

Também estiveram presentes no encontro representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Conselho Nacional de Justiça e do Procon. A expectativa de Aboudib é que as discussões em torno da segurança da cirurgia plástica convençam o CFM a estipular medidas com força de lei que vão de acordo com a posição da SBCP. “Cada vez mais o CFM mostra concordar com as nossas posições e argumentos. Acredito que em algum tempo ele poderá tomar decisões a favor da população”, afirmou Aboudib, que não soube calcular o tempo que levaria para tais medidas virarem leis.

Excesso de ‘especialistas’ — Um estudo feito pela própria SBCP e divulgado em agosto deste ano mostrou que, no Brasil, há um cirurgião plástico para cada 44.000 habitantes — uma taxa maior do que a dos Estados Unidos, que é o país campeão em realização de procedimentos desse tipo. No entanto, a entidade alerta que há um grande número de médicos que se dizem especialistas em cirurgia plástica sem ter o título correspondente, o que aumenta as chances de operações mal sucedidas. São pessoas que se dizem ‘especialista em medicina estética’, por exemplo, uma especialidade que não existe pois não é reconhecida por entidades como o CFM. O levantamento da sociedade mostrou que 95% dos processos de reclamação de cirurgias plásticas mal sucedidas registrados no Conselho Regional de Medicina de São Paulo foram realizados por médicos sem o título de especialista pelo órgão.

Bioética

By News

Sociedade quer restringir prática da cirurgia plástica.

DE SÃO PAULO – Um evento marcado para esta sexta, em Brasília, vai discutir questões jurídicas acerca da cirurgia plástica. Um dos tópicos é o pedido por parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica de que só médicos especialistas possam realizar esse tipo de procedimento. Segundo José Horácio Aboudib, presidente da entidade, a ideia é aumentar a segurança para o paciente.

“O especialista faz seis anos de faculdade, dois anos de pós ou residência em cirurgia-geral e mais três anos de pós em cirurgia plástica, totalizando 14.400 horas de treinamento. Ele faz uma prova oral e escrita e recebe o certificado. Um médico com esse treinamento tem mais chance de acertar do que um sem”, diz ele.

Hoje, cabe aos médicos decidirem se são capazes ou não de realizar qualquer procedimento. “Já existem discussões no CNJ [Conselho Nacional de Justiça] dizendo que o médico tem de ser especialista para realizar um procedimento. Porém, o CFM [Conselho Federal de Medicina] não tem uma resolução nesse sentido. Para nós, todas as especialidades deveriam ser assim.”

As exceções seriam os médicos em cidades em que não haja especialistas. “Se o médico for o único daquela comunidade, ele vai ter de fazer tudo. Mas nos grandes centros isso não é necessário.”

A vida repaginada dos portadores de síndromes genéticas

By News

Pais permitem que filhos façam plásticas e acreditam que cirurgias podem melhorar a vida das crianças, mostra reportagem de VEJA desta semana

Mariana Amaro

MAIS UM MOTIVO PARA SORRIR – Paula Werneck fez redução de mamas e um tratamento nos dentes que durou quatro anos. No fim dele, chorou de felicidade: “Estou mais bonita” (Ernani D’Almeida)

Se existe uma área em que a humanidade comprovadamente avançou foi no tratamento de pessoas com diferenças decorrentes da formação genética. No caso dos que nascem com síndrome de Down, a forma de situá-los no tecido da sociedade e as modalidades de tratamento terapêutico, da mais simples à altamente complexa, trouxeram avanços importantes. Fonoaudiólogos aperfeiçoam a fala e cirurgiões cardíacos corrigem os problemas no coração que afetam 50% de todos os que têm a síndrome. Instrutores de ginástica dão exercícios físicos para reforçar o tônus muscular rebaixado e psicólogos ajudam a lapidar as habilidades cognitivas. A expectativa de vida de quem tem Down aumentou de 30 para 60 anos e a participação dessas pessoas na vida social também cresceu visivelmente. Mais recentes e menos comentados são os procedimentos estéticos que suavizam desalinhos físicos típicos da síndrome e também contribuem para aprimoramentos funcionais. Compreensivelmente, existe um intenso debate sobre a conveniência desse tipo de tratamento.

Paula Werneck é uma carioca de 25 anos que toca bateria, joga vôlei e trabalha em uma cantina. Sua vida melhorou em muitos aspectos. Até cinco anos atrás, ela sofria de dores de cabeça e só comia alimentos moles por causa dos dentes frágeis e pequenos. Quando a arcada dentária superior encostava na inferior, seu maxilar era todo projetado para a frente. Daí, as dores. Levada pela mãe, durante quatro anos a jovem passou por um tratamento que aumentou em 4 milímetros cada um de seus dentes. Com o maxilar reposicionado, o pescoço e o queixo de Paula ganharam novas curvas. O lábio superior também foi reposicionado e até as dobras de pele embaixo dos olhos, outra característica da síndrome, ficaram mais suaves. As dores de cabeça sumiram e o sorriso de Paula ficou mais iluminado ainda. Antes do tratamento dentário, ela já havia se livrado das dores nas costas com uma cirurgia de redução de mamas. “Algumas pessoas da minha família falavam que eu estava fazendo minha filha sofrer, que eu tinha de aceitá-la como ela era. Fui em frente porque sabia que isso ia fazer minha filha viver com mais qualidade”, diz a arquiteta Helena Werneck, mãe da jovem. “Eu fiquei mais bonita”, comemora Paula, que chegou a chorar de felicidade ao ver no espelho o resultado das intervenções. Ela está namorando pela primeira vez.

Mariela Lombard / NYDailyNewsPix

PAIS CORAGEM – Charlie Cardillo comemorou o resultado da correção nas orelhas, mas seus pais foram acusados de tentar “esconder” a síndrome

Corrigir orelhas de abano que causam embaraço às crianças ou diminuir os seios de adolescentes vergadas pela exuberância mamária não são intervenções que provoquem repúdio social. “Por que com a minha filha seria diferente?”, indaga a mãe de Paula. Pensando da mesma maneira, o corretor de imóveis Louis Cardillo e sua mulher, Samantha, americanos de Nova York, sofriam com a rejeição sentida por seu filho mais velho, Charlie, 15, cada vez que ele era chamado de Dumbo pelos colegas — um tormento para quem tem Down, como ele, e para quem não tem. “Charlie não gostava das orelhas e falava que tinha vergonha das meninas”, relata Samantha. Um cirurgião plástico conhecido da família se ofereceu para fazer a operação. “Tínhamos forte a lembrança da cirurgia que Charlie havia feito com 1 ano, para corrigir uma cardiopatia. Quase desistimos quando pensamos em enfrentar de novo o medo da anestesia”, relembra a mãe. Tomaram a decisão com o pedido do filho. “Foi uma alegria quando tiramos os curativos. Ele sorriu, chorou e disse que estava igual ao pai.” Dias depois, Samantha e Louis receberam e-mails de pessoas que não aceitavam a cirurgia e os acusavam de tentar “esconder” a condição do filho.

A cirurgia para orelhas de abano é a mais comum em jovens com Down. “Além de corrigir as orelhas, faço um mini-lifting no rosto desses pacientes de maneira a puxar a pele para cima. Caso contrário, a orelha cai de novo”, diz o cirurgião plástico Juarez Avelar. Como a intervenção é apenas estética, uma parcela grande de médicos critica a prática. “Quem tem Down carrega no rosto um carimbo. É preciso mudar o jeito, cheio de constrangimento, como as pessoas olham para quem tem a síndrome. Não mudar o rosto deles”, diz Ana Brandão, pediatra especializada em crianças com Down do Hospital Albert Einstein e mãe de Pedro, 17, que tem a síndrome. “Muitas dessas cirurgias são dolorosas e, acredito, desnecessárias.” Entre as mais dolorosas está a de redução da língua, em razão da quantidade de terminações nervosas. Protuberante nos portadores de Down, ela tende a ficar para fora da boca. Há estudos que mostram que a cirurgia melhora a respiração, a fala e a mastigação, mas as divergências permanecem.

Os sentimentos de proteção dos pais, intensificados com os filhos especiais, e a discussão ética sobre a necessidade de certas intervenções são fatores que desaparecem no caso de cirurgias funcionais necessárias para portadores de outras síndromes genéticas, como a de Crouzon e a de Apert. Quando um bebê nasce, os seis ossos que formam o topo do crânio estão separados para que o cérebro tenha espaço para crescer. Esses ossos começam a se fechar no primeiro ano de vida. Em crianças com Crouzon e Apert, uma ou várias das fendas entre os ossos se fecham antes do tempo. Para compensar o espaço perdido, o cérebro cresce em outras direções e provoca deformidades na cabeça e no rosto. A cirurgia para mantê-las abertas precisa ser feita antes dos 2 anos de idade. Do contrário, a criança terá problemas cognitivos, de fala e de crescimento. “Colocamos molas entre esses ossos para garantir que a fissura não se fechará antes da hora de novo”, explica a cirurgiã plástica Vera Cardim, do Hospital Beneficência Portuguesa. Depois de um ano, as pequenas molas são retiradas em nova cirurgia.

A sorocabana Thais Barbosa, 19, nasceu com Crouzon e sua cabeça teve um crescimento anormal para trás, o que fez com que os ossos do rosto ficassem “afundados”. Quando completou 2 anos, Thais passou por uma cirurgia para implantar as molas. Também teve fios de aço acoplados à arcada dentária superior. Presos, internamente, a ossos do rosto, os fios forçavam a mandíbula e o nariz para a frente. No último ano, Thais fez mais duas operações, de cunho estético, para reposicionar o olho esquerdo, redesenhar o queixo com autoimplante de gordura e “puxar” os ossos da face. Valeu o sacrifício. “Mudei muito e arrumei um emprego,” responde Thais. “Antes, as pessoas ficavam me encarando e cochichando.”

Mutirão para operar “orelhas de abano” de 94 pessoas em Minas

By News

Vanessa Perroni – Do Hoje em Dia
Frederico Haikal/Hoje em Dia

O pesadelo vivido pelo estudante Paulo César, de 12 anos, que sofre bullying por causa do tamanho das orelhas, tem data para acabar. Na próxima quarta-feira, ele e mais 93 pacientes serão submetidos à cirurgia de Otoplastia, conhecida como “orelhas de abano”.

A ação faz parte do Mutirão da Cirurgia Plástica organizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que conta com a participação de oito hospitais de Belo Horizonte e dois do interior do Estado (Juiz de Fora e Pouso Alegre).

Paulo César feliz com a possibilidade de ficar livre das “orelhas de abano”

Gratuidade

As cirurgias são gratuitas e destinadas aos pacientes da fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Este é o terceiro ano em que acontece o mutirão na capital. “Os pacientes são selecionados seguindo o maior tempo de espera e priorizando os casos de urgência da fila do SUS”, comenta o presidente da regional mineira da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Cláudio Salum.

A idade ideal para realizar a Otoplastia, de acordo com Salum, é após os seis anos. Antes disso, a orelha passa por uma fase de crescimento. “A vantagem da realização da otoplastia na infância é fugir dos apelidos indesejáveis e dos traumas psicológicos”, comenta.

Paulo César enfrenta o problema desde os nove anos. “Ele reclama de apelidos que recebe e já chegou a não querer ir a escola”, conta a mãe, Míriam Torres. Há seis meses na fila de espera, ele está ansioso, “não vê a hora de fazer a cirurgia e voltar à rotina sem a zoação dos colegas”, comenta Míriam.

Enfermeira

A enfermeira Lorena de Freitas, de 29 anos, é outra paciente que será operada na próxima semana e vai realizar um sonho de infância. “A minha orelha sempre me incomodou muito, principalmente na escola onde ouvia muitas piadinhas. Sempre tive vergonha de prender meu cabelo e essa cirurgia vai mudar tudo, até minha autoestima”, desabafa.

Dois mil pacientes já foram beneficiados

Desde a sua criação, em 2010, o mutirão beneficiou cerca de 2 mil pacientes em todo o país, sendo 350 em Minas. “Cada ano tem um tema, que designamos de acordo com a maior necessidade dos pacientes que estão na fila. São cirurgias reparadoras de todos os tipos, como pálpebras, mama e câncer de pele”, explica Salum.

“O intuito é diminuir as filas do SUS, além de sabermos das dificuldades que o paciente mais carente encontram para realizar cirurgias plásticas reconstrutoras”.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, a fila de espera para a cirurgia plástica reparadora de diversos tipos soma 130 pacientes, dentre homens, mulheres e crianças. Os 94 pacientes a espera da Otoplastia foram encaminhados aos hospitais participantes da campanha.

Em BH, os hospitais são: Santa Casa de Misericórdia, Hospital da Baleia, Alberto Cavalcanti, Universitário São José, Hospital das Clínicas, Julia Kubitschek, Hospital São Francisco e Hospital da Criança.

No interior, as cirurgias irão ocorrer em Pouso Alegre e Juiz de Fora. A iniciativa precede a 17ª Jornada Mineira de Cirurgia Plástica, entre os dias 18 a 20 de outubro em BH.

Plásticas clandestinas preocupam médicos

By News

Esse foi um dos temas da 27ª Jornada Norte-Nordeste de Cirurgia Plástica, que teve início ontem

No Brasil, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), há cerca de 12 mil médicos exercendo a medicina na clandestinidade. Para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), esses profissionais inaptos que realizam cirurgias plásticas representam perigo para a segurança dos pacientes. No Ceará, esses números ainda não podem ser contabilizados devido ao grande número de cursos de fins de semana que formam profissionais clandestinos.

O encontro também discutiu a cirurgia plástica de mama. O procedimento mais realizado no Brasil é o implante mamário. Para ser apto, o profissional precisa passar por, pelo menos, 14 mil horas de treinamento Foto: Alex Costa

Esse foi um dos temas debatidos durante a 27ª Jornada Norte-Nordeste de Cirurgia Plástica, que teve início, ontem, e segue até amanhã, no Hotel Gran Marquise, na Beira-Mar. Para o presidente da SBCP, José Horácio Aboudib, em São Paulo, de todos os casos de queixas por problemas em cirurgias desse tipo, 97% envolvem os não cirurgiões habilitados. “Queremos alertar a população sobre os perigos e que, por isso, eles devem realizar os procedimentos com os membros da sociedade”, disse.

Ele acrescenta que, para ser um profissional preparado para fazer uma cirurgia plástica, são necessários seis anos de formação na faculdade de Medicina, dois anos de residência em cirurgia geral e três anos de residência em cirurgia plástica. São 14 mil horas de treinamento. Depois, o médico faz provas para ter o título de membro da SBCP.

Para saber se o profissional está apto a exercer a sua função, Aboudib aconselha a perguntar ao médico ou acessar o website da SBCP e procurar na lista de cirurgiões que são membros. “Ao procurar um médico sem treinamento, a chance de insucesso será muito maior”, disse.

O presidente acrescentou que é difícil enfrentar esses problemas, pois a legislação não é específica nesses casos. De acordo com a lei, o médico pode fazer tudo que ele se julgar capaz. “Nós queremos mudar essa lei, pois achamos que medicina se especializou demais e ninguém pode dominar todas as áreas”.

Além disso, ele destacou que a sociedade não tem poder de fiscalização desses médicos que estão exercendo a medicina na clandestinidade. O que pode ser feito é a denúncia para que sejam analisadas pelo CFM e também pela Justiça.

De acordo com o presidente da SBCP Regional Ceará, Paulo Regis Teixeira, esse problema acontece em todas as regiões do Brasil. “Essa invasão dos não-qualificados nos preocupa, pois ser membro da sociedade é uma segurança de que o profissional está habilitado”.

Tempo

Ele fez questão de ressaltar que o treinamento é necessário, pois a pessoa não passa a ser um cirurgião da noite para o dia. “Não podemos enumerar o número de médicos, aqui no Ceará, que estão trabalhando, mas não são capacitados, pois existem muitos cursos de algumas semanas de duração que formam pessoas e as fazem pensar que são capazes de realizar uma cirurgia plástica”, afirmou.

Teixeira declarou que está sendo finalizado um protocolo de segurança para o pré e pós-operatório. Nesse documento, será incluído a necessidade do paciente perguntar ao médico se ele está apto a realizar cirurgia.

O diretor científico da SBCP, Níveo Steffen, explicou que o tema central da 27ª Jornada Norte-Nordeste de Cirurgia Plástica é a mama. O objetivo é levar para o evento a troca de informações para que eles consigam alcançar melhores resultados. “Nesse encontro, discutiremos não só a estética da situação, mas também o sofrimento das mulheres com o câncer de mama, principalmente se a reconstrução for necessária. Dessa forma, os beneficiados são os pacientes”.

Segundo o CFM, o Brasil é o segundo país onde mais se faz cirurgia plástica. Somente no ano passado, foram 800 mil. O implante mamário teve o maior número de procedimentos. Em segundo, está a lipoaspiração e, em terceiro, cirurgias na face.

Fala, blogueiro

Especialista deve diminuir ainda mais os riscos

Para explicar a importância do especialista em cirurgia plástica, vou procurar ser mais informal e falar como falo no meu consultório. Costumo comparar a cirurgia plástica a uma viagem de avião, que é o meio de transporte mais seguro, mas que traz más notícias de tempos em tempos. Quando uma aeronave cai no leste europeu, na África ou na Austrália, o mundo inteiro fica sabendo e, com tantos aviões pelo mundo, não é tão raro que isso ocorra.

O mesmo ocorre com as cirurgias plásticas, cujos ocasionais problemas chamam muito mais atenção que os de outros procedimentos médicos, até mesmo pelo fato de serem bastante seguras.

A missão do especialista é diminuir ainda mais os riscos. Isso exige uma longa formação, no mínimo 11 anos, entre faculdade e residência, além de um constante esforço de aperfeiçoamento e atualização.

No entanto, a legislação brasileira permite que qualquer médico realize qualquer procedimento, desde que tenha conhecimento técnico. Baseado nessas leis, muitos médicos de outras especialidades realizam procedimentos que não fizeram parte de sua formação. Isso aumenta o índice de problemas.

Meu conselho para quem busca cirurgia plástica é começar procurando um especialista. A lista está no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (http://www.cirurgiaplastica.org.br)

Eduardo Furlani
Cirurgião plástico

http://blogs.diariodonordeste.com.br/saudeeestetica/

THIAGO ROCHA
REPÓRTER

Ação oferece cirurgia de redução da mama

By News

Estudos comprovam que, após os 35 anos, mulheres com gigantomastia podem ter problemas de coluna

Um total de 21 pacientes que estão há mais de quatro anos na fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) por uma mamoplastia de redução, conhecida como redução de mama, terá a chance de realizar a cirurgia gratuitamente em três hospitais de Fortaleza.

A iniciativa deve acontecer no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Instituto Dr. José Frota (IJF) e no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) FOTO: ALEX COSTA

A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), por meio de seu Departamento de Ação Social e o apoio da regional Ceará. O mutirão, que iniciou ontem e vai até amanhã, deve acontecer no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Instituto Dr. José Frota (IJF) e no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC).

Segundo o cirurgião plástico do serviço de residência do HGF e presidente da Regional Ceará, Paulo Régis de Oliveira, centenas de mulheres procuram os hospitais públicos da Capital em busca de realizar o procedimento. Conforme ele, a demanda é tão grande que não é possível mensurar o tamanho da fila de espera, já que o procedimento é realizado em quatro unidades diferentes. Porém, o médico acredita que, atualmente, essa é a cirurgia plástica corretiva mais procurada.

Estética

“Resolvemos promover essa ação em função da grande demanda de cirurgias desse tipo e também porque o excesso de mamas é um problema grave que afeta o dia a dia dessas mulheres. Aproveitamos para mostrar o caráter social de cirurgia plástica, pois, muitas vezes, associam a nossa especialidade somente à estética, mas é um serviço de utilidade pública”, explica.

De acordo o diretor do Departamento de Ação Social da SBCP, Pedro Martins, é importante lembrar que mulheres que sofrem com gigantomastia devem fazer uma avaliação com seu médico e realizar cirurgia de redução, já que estudos comprovam que, após os 35 anos, essas pacientes poderão desenvolver sérios problemas de coluna. “Além da questão da autoestima, o excesso de peso das mamas causa um impacto direto sobre a coluna da mulher, que, geralmente, sente dores fortes no local e não consegue realizar atividades básicas”, explica Martins. Assaduras no local também são comuns em função do atrito entre a pele.

Para o mutirão, segundo Pedro Martins, serão mobilizados cerca de 30 especialistas, entre cirurgiões plásticos e residentes. “O pós-operatório das pacientes será realizado pelos próprios médicos envolvidos e, correndo tudo bem, as pacientes terão alta no dia posterior à cirurgia”, ressalta o diretor do Departamento de Ação Social da SBCP.

KARLA CAMILA
REPÓRTER

Aumentam os casos de mutilações em barcos

By News

Grasielle Castro – Correio Braziliense
Publicação: 18/08/2012 09:57 Atualização:

O aumento no número de vítimas no Pará de escalpelamento — quando o couro cabeludo é arrancado bruscamente de forma acidental — forçou um mutirão de médicos enviados ao estado para reparação do rosto e tratamento psicológico dessas pessoas. Apenas nos primeiros oito meses deste ano, a quantidade de acidentes superou a registrada durante o ano passado. Foram nove casos, diante de oito em 2011 e em 2010. Apesar de existir uma lei que obriga os donos de embarcações a cobrirem o eixo do motor e de a Marinha brasileira oferecer esse serviço gratuitamente, a Associação de Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia (AMRVE) reclama da falta de capilaridade do sistema de precaução vigente, que não atinge todos os ribeirinhos da região, e de outras políticas preventivas.

Sem fiscalização, os problemas se agravaram nos últimos meses. Os dois últimos acidentes ocorreram entre julho e agosto, uma senhora de 51 anos e uma criança de 9 estavam em um barco pequeno, sem a proteção, quando tiveram o couro cabeludo arrancado. De acordo com a presidente da associação, Rosinete Serrão, são pessoas que, assim como ela, tiveram seus sonhos ceifados no momento de uma brutalidade inesperada. Em 1997, ela voltava da casa do tio, e, ao tirar a água que entrava no barco, escorregou e o cabelo se enrolou. “Foi muito rápido. Depois tive de passar por várias cirurgias. O tratamento é longo e dolorido. Só esperando no hospital para fazer o enxerto, que tira pele da coxa e põe na cabeça, são uns três meses até cicatrizar.” Ao sair da unidade de saúde, Rosinete entrou em choque. “Quando vi as pessoas na rua, foi um choque muito grande porque eu não me aceitava. Todo mundo me olhava, eu era diferente. Foi um ano e meio em depressão.”

Revolução dos anos 60

By News

Pele bem cuidada desde cedo e saúde monitorada permitem mais uma esticadinha até bem depois dos anos 60.
Desde que a novela ‘’O Astro’’ estreou, dois assuntos dominam as conversas das telespectadoras mais maduras: as cenas em que Carolina Ferraz e Rodrigo Lombardi aparecem sem nada de nada sobre os belos corpos e o que será que Regina Duarte fez na pele para ficar tão viçosa. A reposta é um tratamento com aparelho vindo de Israel chamado Legato. Ele faz furinhos microscópios na pele que, depois, são preenchidos com fel adaptado a cada paciente – no caso de Regina, continha vitamina C, zinco, silício e manganês. Depois, uma máquina de ultrassom ‘’empurra’’ a substancia para a parte mais profunda de pele.

A atriz fez quatro sessões com Legato (1500 reais cada uma). ‘’Agora ela não tem mais medo da alta definição’’, orgulha-se o dermatologista Jardis Volpe, responsável pelo tratamento, mencionando a tecnologia que inferniza as atrizes. O legato ataca poros abertos, manchas e ruguinhas recentes. Mas Regina é suficientemente inteligente e segura para admitir intervenções mais profundas. Com apenas 38 anos, ela fez um lifting total, a plástica facial em que o roto é recortado de orelha a orelha, como uma mascara, e a pele é repuxada. Nessa cirurgia, foi-se embora também o famoso furinho no queixo da atriz, merecidamente conhecida como o rosto mais belo da televisão. Aos 52 anos, Regina fez a versão hoje mais usada, um mini lifting, alisando a área da mandíbula e do pescoço – ou, em suas palavras, ‘’a papadinha’’.

Agora, aos 64 anos, os cirurgiões que a acompanham são taxativos: se os tratamentos dermatológicos não derem conta ou simplesmente se ela quiser, poderá muito bem fazer uma terceira plástica.

A ‘’plástica de despedida’’, aquela última arrumadinha no rosto (ou em outras partes), está avançando cada vez mais no tempo. Até dez anos atrás, a pele de mulheres na faixa dos 60 anos, o limiar definitivo, era diferente da de hoje. ‘’Não havia os cremes combatentes dos primeiros sinais, que já são aplicados por jovens de 25 anos, nem produtos como Botox, laser e preenchimentos, que refrescam a fisionomia aos 40 e 50’’, diz o cirurgião plástico paulistano Ricardo Marujo.

À elasticidade aumentada, soma-se a melhoria das condições gerais de saúde, como coração e pressão em ordem. Os resultados são uma pele mais resistente ao ‘’esgarçamento’’ e riscos menores no momento mais delicado das operações estéticas, a administração da anestesia. Num estudo feito na Cleveland Clínic comparando pacientes acima de 65 anos – atenção, 65! – com grupo de média etária de 57,6, não houve diferenças significativas em matéria de complicações.

O aumento na expectativa de vida e evolução das técnicas cirúrgicas também contribuem para que o adeus ao bisturi seja mais que tardio. Em 2010, quase 85000 americanos acima de 65 anos fizeram cirurgias estéticas. Descontando os excepcionais genes, a atriz Jane Fonda é um ótimo exemplo de como uma senhora pode continuar dando suas esticadinhas sem ficar grotesca – nem atormentada de preocupação com os riscos. Em 2000,ela jurou que nunca mais entraria na faca (já havia feito um lifting, levantando as pálpebras e aumento os seios). Ainda bem que os juramentos sempre podem ser revistos. No ano passado, aos 72 anos, deu mais uma esticada no pescoço e nas bolsas sob os olhos. ‘’Não pareço repuxada. Meus pés de galinha ainda estão vivos. Quero ser uma avó glamorosa’’ disse.

A frase espelha o que bons cirurgiões pensam sobre boas cirurgias. ‘’Quase 70% das pacientes reclamam, depois da cirurgia, porque não tirei todas as rugas’’, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Sebastião Guerra. ‘’Dias depois, quando encontram alguém que diz: ‘Você esta com alguma diferença, mas não sei o quê.’, elas reconhecem que a naturalidade é melhor resultado.

A tática das intervenções equilibradas, sem aquele antigo conceito de puxar o rosto inteiro, também funciona. ‘’Retoco a testa, com preenchimento, mas deixo as rugas em volta dos olhos. Corrijo o bigode chinês, mas não mexo na testa’’, explica o plástico carioca Ronaldo Pontes, que fez o primeiro lifting de Regina Duarte.

Colega de Regina em ‘’O Astro’’, Rosamaria Murtinho também impressiona pelo semblante conservado – chega a ser espantoso lembrar que ela tem 75 anos. A atriz já fez dois liftings e uma bioplastia – um ainda hoje discutido preenchimento com gel derivado do petróleo, que fica no rosto para sempre. Rosamaria tem características que ajudam a ‘’segurar’’ uma plástica, como rosto quadrado e maças proeminentes. Na falta deles os plásticos sugere um ‘’novo’’ calendário de intervenções.

Aos 40 anos, recomenda um mini lifting com pálpebras para o desejado efeito de aparência refrescada. ‘’Aos 50, sugiro um lifting total, porque já há bastante pele sobrando’’, diz Ricardo Marujo. Entre oito e doze anos depois, quando a pele já tiver cedido novamente, um terceiro lifting, cortando exatamente no mesmo lugar, para não criar outras cicatrizes. ‘’E, se a mulher estiver em excelentes condições físicas e com a pele do rosto não muito fina, devido às outras cirurgias, ainda dá para fazer como outros aos 70 anos’’, diz o médico Carlos Fernando de Almeida, responsável pelo rosto elegantemente ajustado da atriz Marieta Severo, 64, ‘’Já operei uma senhora de 82 anos para o casamento de seu bisneto’’, conta Guerra.