Um menino de 17 anos teve sua vida transformada radicalmente graças a uma cirurgia plástica que devolveu as funções de um de seus braços. Mamadou vive na Guine, país africano, e nasceu com uma doença rara que tem causa desconhecida. Seus braços foram mal formados, o que impedia o garoto de abaixá-los.
“Eu nasci com meus cotovelos dobrados para dentro e meus pulsos dobrados para baixo. Eu não podia endireitar meus braços, mas eu aprendi como lidar com isso”, afirmou o jovem em entrevista para o jornal britânico Mirror.
As outras crianças maltratavam o garoto por conta de sua doença e o apelidaram cruelmente de “mãos de diabo”.
A sorte de Mamadou começou a mudar quando ele tinha 15 anos. Após ser marginalizado na comunidade rural em que vivia, o jovem foi enviado pelos pais para viver com uma tia na capital do país. Sua missão era mendigar para ajudar na renda da família.
Um navio da entidade Mercy Ships (Navios da Caridade) estava ancorado próximo à cidade e Mamadou ouviu dizer que lá poderia encontrar médicos capazes de tratar sua doença. Sem falar com sua família, foi até o local em busca de ajuda.
“Eu disse a enfermeira que eu era capaz de fazer muito mais do que as pessoas achavam. Falei que eu queria ajudar minha família como pedinte, mas que não queria fazer isto para sempre”, recordou o garoto. A enfermeira concordou que o tratamento era necessário e então Mamadou informou sua família sobre a novidade. Sua mãe e sua irmã foram ao seu encontro para prestar suporte.
O cirurgião plástico do navio fez um procedimento para tentar reverter a condição de Mamadou, mas foi possível intervir apenas no seu braço esquerdo. A mão do garoto também foi submetida a um procedimento para dar um dedão a ela, já que o rapaz possuía apenas quatro dedos em ambos os membros.
Após o período de recuperação o rapaz foi convidado pelo seu tio para trabalhar em uma tenda em um mercado local. O sonho de Mamadou é possuir sua própria tenda.
“Eu não assusto mais as pessoas. Posso sustentar minha família de forma adequada e sem vergonha. Um dia eu vou ter minha próprio tenda e talvez uma família própria. Agradeço ao Mercy Ships por isso. Sem eles eu ainda estaria nas ruas”, finalizou Mamadou.