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Contra o exagero

By 5 de November de 2012No Comments

Por: Carla Vidal 01/07/2011

Manual pretende conter as cirurgias plásticas sem limites

A procura por um corpo perfeito tem levado muitas pessoas para as mesas dos cirurgiões plásticos. Em contrapartida, os excessos para atingir a forma ideal vêm causando verdadeiras deformações e lotando consultórios. O problema é tão grave que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica lançará em agosto deste ano um manual com regras básicas sobre as cirurgias, estéticas, ou não, que são esquecidas por muitos profissionais da medicina.

O presidente da Sociedade, Sebastião Nelson Edy Guerra, alegou que muitos problemas poderiam ser evitados em uma cirurgia se os médicos realizassem os procedimentos corretamente. Posições adequadas durante uma operação, manuseio das anestesias e os riscos dos procedimentos são temas abordados no documento que será entregue aos estudantes e profissionais da área de saúde.

“Em todo procedimento existem normas que são de prevenção de acidentes. A cirurgia também possui normas. Acontece que com a evolução dos tempos aumentou o número de cirurgias, elas se tornaram maiores, mas também melhoraram a qualidade dos aparelhos e os medicamentos. Por isso lançamos o manual que vai criar uma obrigatoriedade. Elas já existem no ensino, mas com estas normas criadas pela Sociedade vamos ter uma cobrança maior, e claro, estamos aumentando a segurança nas cirurgias plásticas”.

O cirurgião plástico Cláudio Bicudo, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica adverte que a maioria dos pacientes não está satisfeito com a aparência, mas cabe ao cirurgião impor limites e assim reduzir ao máximo as cirurgias reparadoras. Para ele a cirurgia só deve ser feita quando realmente necessária.

“Existe um limite. É muito importante que o médico diga ao paciente o momento de parar. O cliente não tem o conhecimento de causa e efeito e não sabe que tal conduta feita pode não ter o resultado esperado. O médico é que precisa ter o conhecimento de causa e efeito, e não o cliente. E por isso precisamos explicar o resultado que pode ser alcançado com tal procedimento. O cliente chega querendo, mas ele não tem o nosso conhecimento”, orienta o especialista.

Outro alerta vem do médico californiano, Brian Kinney: os programas de televisão que têm como atração as cirurgias estéticas. Ele não é contra os quadros televisivos, mas critica a exposição exagerada dos procedimentos cirúrgicos levados até os telespectadores.

“É de extrema importância que o cirurgião seja treinado e licenciado. Normalmente os cirurgiões que participam destes programas não são certificados ou possuem especialidades definidas. No entanto, os realitys atraem pessoas com uma autoestima menor e aumenta o interesse da população. A parte de informação é pequena, mas a diversão é grande e com isso aumenta o interesse da população pelo assunto”.

http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/cultura-e-lazer/contra-o-exagero

Fonte: O Fluminense