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Célula-tronco no lugar da prótese

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Tema de pesquisa polêmica, o uso de células-tronco na cirurgia plástica é debatido cada vez mais por especialistas.

No encontro mundial de cirurgia plástica, realizado na Turquia, em maio, o cirurgião francês Yves-Gerard Illouz arriscou uma previsão: no futuro, a prótese de silicone será totalmente substituída pelo uso de células-tronco.

Ninguém contestou. O respeitado médico francês foi quem inventou a lipoaspiração, em 1978, e a lipoenxertia logo depois (que injeta a gordura retirada em outra parte do corpo da paciente), para citar duas técnicas que, cada uma em sua época, foram recebidas com desconfiança pela classe medica.
O uso de células-tronco na cirurgia plástica vem sendo tema de pesquisas, debates e muita polêmica nos últimos anos. De acordo com os cirurgiões, já há médicos vendendo falsos tratamentos.

‘’A gordura contém células tronco, mas é preciso que fique vem claro que o simples fato de injetar gordura no corpo, como é feito na lipoenxertia, não pode ser chamado de aplicação de células-tronco’’, alerta o cirurgião Paulo Muller.

O que alguns médicos começam a empregar é gordura enriquecida com células-tronco. A novidade é uma técnica considerada simples, as mesenquimais e pluripotentes.

Funciona assim: um anestesista colhe o sangue do paciente na cirurgia, centrifuga e separa o ‘’plasma rico em plaquetas’’ (conhecido como PRP). A gordura aspirada é acrescida, então, desde plasma antes de ser enxertada na face ou no corpo do paciente. É assim que a mama pode ser reconstituída, dispensando o silicone.

‘’Para cada 60 ml de gordura, injetamos 3 ml de plasma rico em plaqueta’’explica o cirurgião Luiz Haroldo Pereira. ‘’Melhora a qualidade da pele e atenua rugas.’’

Técnica só é feita em laboratório. Outra técnica consiste em isolar, em laboratório, as células-tronco presentes na gordura lipoaspirada, para aproveitá-las na hora de injetar esta gordura novamente no paciente.

O cirurgião Volney Pitombo explica que a gordura, por si só, já tem celular tronco. Portanto, se recebe uma ‘’dose extra’’, o resultado pode ser duradouro quando se fala em rejuvenescimento.

‘’Há estudos muito avançados, a engenharia celular é o futuro da cirurgia plástica.’’, afirma.

Luiz Haroldo, porém, alerta: o isolamento das células-tronco da gordura só pode ser feito em laboratórios.
‘’Quem diz que esta ejetando células-tronco da gordura que acaba de ser retirada em consultórios esta mentindo.’’

Especialista em biologia molecular, Omar Lupi, da clínica Cryopraxis, acredita que o futuro caminha para a possibilidade de transformar o material raspado da bochecha do paciente em células-tronco:

‘’É um processo mais higiênico, mais pratico, e que pode gerar quantidade maior em células-tronco do que o processo de isolar a gordura.’’

Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plastica, Sebastião Nelson ressalva que é difícil definir com exatidão os reais benefícios das células-tronco na plástica.

‘’É uma área em franca evolução, mas em estudos, apesar das ótimas perspectivas em relação ao tratamento de queimaduras, na recuperação da pele, por exemplo’’, diz.
‘’ Mais do que nunca, é preciso que os profissionais sejam cautelosos e éticos com a propaganda em torno do tema. ‘’

Plástica Vaginal

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Em alguns casos, a cirurgia para a redução dos pequenos lábios vaginais pode ser feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

Lipoaspiração na barriga e culotes, rinoplastia, silicone. Cada vez mais comuns no dia a dia dos brasileiros, as intervenções estéticas são usadas cada vez mais para corrigir alguns defeitinhos e aumentar a qualidade de vida de muitas mulheres e homens. Já existem técnicas para melhorar várias partes do corpo, inclusive as partes íntimas. Isso mesmo! O número de pacientes nos consultórios à procura de cirurgias íntimas aumentou cerca de 50% nos últimos dois anos, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o médico Sebastião Nelson Edy Guerra.

“Cada vez mais, a mulher deseja satisfação pessoal e liberdade. Antigamente, essa questão ficava escondidinha e elas só falavam com o ginecologista. Mas hoje, com a conquista da maior liberdade sexual e independência, houve esse espaço para a mulher melhorar e buscar perfeição em alguns pontos”, aponta o médico.

Cirurgia

Sebastião explica que existem basicamente dois tipos de cirurgias na vulva: a redução dos pequenos e grandes lábios e o aumento ou diminuição do chamado monte de vênus. “Depois dos 45 anos – e principalmente após os 50 – há uma flacidez natural do músculo da vulva, que deixa os lábios mais murchinhos mesmo. A cirurgia é basicamente estética e melhora a confiança e autoestima das pacientes. Elas saem muito mais felizes”, conta o médico.

A redução dos lábios da vagina, a ninfoplastia, em mais de 95% dos casos, é usada para consertar assimetrias entre os lábios da vagina e não esta ligada a alguma anormalidade, mas a questões estéticas. Sebastião conta que o grande desejo das mulheres é deixar a vagina com aspecto bem simétrico, com os pequenos lábios bem fechados. “Elas chegam ao consultório falando detalhadamente o que querem. Depois da cirurgia, ficam horas se olhando no espelho. Já teve uma paciente que me pediu para deixar os lábios parecidos com gomos de mexerica, bem arredondados e certinhos”.

Redução do clitóris

O monte de Vênus também pode ser lipoaspirado, caso a paciente queira diminuir o volume, ou receber enxerto de gordura – geralmente retirado da área do joelho – para as que querem aumentar o volume. Uma cirurgia mais delicada e menos recomendada é a de hipertrofia clitoriana. Normalmente, o clitóris tem cerca de 0,5 centímetros, podendo chegar a 1 cm ou 1,5 cm. Muitas mulheres, no entanto, se incomodam com o tamanho do órgão e desejam diminuí-lo. A área é responsável pelo prazer feminino e tem milhares de vasos sanguíneos. É o clitóris que corresponde à glande masculina e um erro no procedimento cirúrgico pode ser irreversível. “Aconselho a não mexer, a não ser que seja realmente uma anomalia. É bom ter em mente que nesse tipo de cirurgia, não temos como voltar atrás”, alerta Sebastião.

Hímen

Será as mulheres mais maduras podem fazer a cirurgia? “Não. Muitas meninas mais novas procuram o médico para resolver alguma questão estética. O importante é que ela já tenha amadurecimento hormonal, ou seja, já tenha menstruado, e também passe por avaliação psicológica e outros exames de praxe, tudo com a autorização dos pais”, explica o médico.

Além das cirurgias na vulva – a área externa da vagina – outro procedimento também tem feito sucesso: a reconstituição do hímen. “Na verdade, não é uma reconstituição. Quando o hímen se rompe, as abas ficam atrofiadas. O médico então reaviva esse tecido e dá alguns pontos no local. É super rápido”, garante Sebastião.

Especialista

Sebastião alerta também para a importância de procurar bons profissionais. “Antes da cirurgia, procure saber as referências do cirurgião. No site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica as pessoas podem saber se ele é especialista ou não. Atualmente, não há especialização em cirurgia íntima, mas segundo Sebastião, todos os cirurgiões plásticos do País estão aptos a realizar os procedimentos. “Todos os profissionais da sociedade estudam mais 5 anos, além da faculdade, e ainda passam por uma prova do conselho”, garante.

Para quem não tem plano de saúde e não pode pagar a cirurgia, basta procurar um posto de saúde e se informar. A ninfoplastia está disponível no Sistema Único de Saúde, mas primeiro é preciso receber indicação médica para o procedimento

http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=255&codigo=541794

Médico vai realizar cirurgias gratuitas para a população carente de Niterói

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Por: Lívia Neder 10/07/2011

Diretor de unidade médica na cidade, Ronaldo Pontes participa de mutirão da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Cirurgião vai operar pessoas com problemas de lábio leporino
Diretor do Hospital Niterói D’Or, o médico Ronaldo Pontes realizará duas cirurgias gratuitas de reparação de lábio leporino em pacientes a partir de seis meses de idade, no próximo dia 2 de agosto, na sede da unidade hospitalar, no Jardim Icaraí. A iniciativa faz parte do mutirão de cirurgias plásticas reconstrutoras e reparadoras, promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em diversas unidades do Rio, para o atendimento de pessoas carentes.

De acordo com Ronaldo Pontes, que é professor de cirurgia plástica no serviço de residência do Hospital Niterói D’Or, cada membro da SBCP pôde escolher aleatoriamente o tipo de cirurgia que ofereceria no mutirão. Ele explicou que escolheu a reparação de lábio leporino por conta do tempo em que atuou no Hospital Getúlio Vargas, onde a demanda de pacientes com fissuras era grande.

“Trabalhei por dez anos na rede pública e constatei que a procura de tratamentos por parte dos pacientes com lábio leporino é grande, principalmente nas classes econômicas mais baixas. O mutirão possibilita que pacientes que não tenham condições de arcar com tratamentos plásticos reconstrutores ou reparadores tenham um atendimento de ponta sem qualquer custo”, salientou o cirurgião.

O médico alerta, ainda, que os interessados devem procurar se inscrever o quanto antes. Segundo Ronaldo Pontes, é necessário que haja tempo hábil para a realização dos exames pré-operatórios, já que as cirurgias devem ser realizadas, obrigatoriamente no dia 2 de agosto. “Além de realizar um trabalho social, pretendo divulgar a importância da cirurgia de lábio leporino, que parece simples, visto que os pacientes podem receber alta no mesmo dia, mas exige muita perícia”, revelou Ronaldo Pontes.

Todos os gastos da operação, incluindo o pré-operatório e o pós-operatório, serão custeados pelo hospital, localizado na Rua Sete de Setembro, 301, no Jardim Icaraí.

Especialidades – Segundo a assessoria de imprensa da SBCP, os interessados em realizar cirurgias plásticas reconstrutoras ou reparadoras devem procurar o escritório da sociedade, no Rio de Janeiro, através do telefone 2266-7821. As unidades de saúde que realizarão as operações no mutirão vão priorizar os pacientes que estão na fila do Sistema Único de Saúde (SUS).

http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/cidades/cirurgias-gratuitas-para-carentes

Gordura com célula-tronco é usada para aumentar seio

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MARIANA PASTORE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Parece o sonho de toda mulher insatisfeita com o próprio corpo: tirar um pouco da gordura onde ela for indesejada e aplicá-la nos seios para equilibrar a silhueta.

Uma técnica desse tipo foi divulgada pelo cirurgião austríaco Karl-Georg Heinrich, especialista em tratamento regenerativo e estético com células-tronco, na Conferência ICAS (International Cell Assisted Surgery) que aconteceu em maio deste ano, em Istambul, na Turquia.

Ao invés de próteses de silicone, o cirurgião utiliza depósitos de gordura da própria paciente, enriquecida com células-tronco.

O método foi desenvolvido no Japão em 2003, como alternativa à reconstrução da mama após o câncer com implantes de silicone.

A gordura é lipoaspirada de depósitos do corpo, geralmente a partir do bumbum, quadris e coxas. As células-tronco são extraídas do tecido adiposo, se desenvolvem em gordura corporal processada e são injetadas sob a glândula mamária e a pele.

A silhueta dos novos seios é moldada manualmente pelo cirurgião.

Em entrevista à Folha, Heinrich diz que a cirurgia é menos invasiva do que a que usa próteses de silicone.

“O aumento da mama pode ser realizado com anestesia local e não deixa cicatrizes visíveis depois de alguns meses. Após o procedimento, os pontos se fecham sozinhos e se curam como a incisão de uma injeção.”

De acordo com o médico, a operação pode durar um dia inteiro, por conta de todas as etapas, mas a paciente volta para casa no mesmo dia.

Na clínica que leva o nome de Heinrich, localizada em Viena, o procedimento custa cerca de 7.500 euros.

RESSALVAS

Omar Lupi, especialista em biologia molecular e consultor da clínica do banco de células-tronco Cryopraxis, faz algumas ressalvas.

“Na utilização médica, a técnica ainda não é completamente dominada. A célula-tronco é colocada numa placa de gordura com determinadas substâncias e moléculas, e começa a produzir células adiposas ou musculares. Mas o processo demanda uma retirada de volume muito grande”, afirma.

Segundo Lupi, a quantidade de células-tronco que pode ser aproveitada é muito pequena -cerca de 0,5%. O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Sebastião Nelson Edy Guerra, também faz críticas à novidade.

“Tem muito mastologista que condena a técnica, pois algumas gorduras podem apresentar calcificações, que podem ser confundidas com calcificações patológicas”, afirma. Para ele, mais estudos são necessários.
“Ainda não temos um acompanhamento a longo prazo. As células-tronco são muito mais usadas nas regenerações do que na cirurgia plástica. É um embrião em franca evolução.”

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/941569-gordura-com-celula-tronco-e-usada-para-aumentar-seio.shtml

Fonte: Folha

Contra o exagero

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Por: Carla Vidal 01/07/2011

Manual pretende conter as cirurgias plásticas sem limites

A procura por um corpo perfeito tem levado muitas pessoas para as mesas dos cirurgiões plásticos. Em contrapartida, os excessos para atingir a forma ideal vêm causando verdadeiras deformações e lotando consultórios. O problema é tão grave que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica lançará em agosto deste ano um manual com regras básicas sobre as cirurgias, estéticas, ou não, que são esquecidas por muitos profissionais da medicina.

O presidente da Sociedade, Sebastião Nelson Edy Guerra, alegou que muitos problemas poderiam ser evitados em uma cirurgia se os médicos realizassem os procedimentos corretamente. Posições adequadas durante uma operação, manuseio das anestesias e os riscos dos procedimentos são temas abordados no documento que será entregue aos estudantes e profissionais da área de saúde.

“Em todo procedimento existem normas que são de prevenção de acidentes. A cirurgia também possui normas. Acontece que com a evolução dos tempos aumentou o número de cirurgias, elas se tornaram maiores, mas também melhoraram a qualidade dos aparelhos e os medicamentos. Por isso lançamos o manual que vai criar uma obrigatoriedade. Elas já existem no ensino, mas com estas normas criadas pela Sociedade vamos ter uma cobrança maior, e claro, estamos aumentando a segurança nas cirurgias plásticas”.

O cirurgião plástico Cláudio Bicudo, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica adverte que a maioria dos pacientes não está satisfeito com a aparência, mas cabe ao cirurgião impor limites e assim reduzir ao máximo as cirurgias reparadoras. Para ele a cirurgia só deve ser feita quando realmente necessária.

“Existe um limite. É muito importante que o médico diga ao paciente o momento de parar. O cliente não tem o conhecimento de causa e efeito e não sabe que tal conduta feita pode não ter o resultado esperado. O médico é que precisa ter o conhecimento de causa e efeito, e não o cliente. E por isso precisamos explicar o resultado que pode ser alcançado com tal procedimento. O cliente chega querendo, mas ele não tem o nosso conhecimento”, orienta o especialista.

Outro alerta vem do médico californiano, Brian Kinney: os programas de televisão que têm como atração as cirurgias estéticas. Ele não é contra os quadros televisivos, mas critica a exposição exagerada dos procedimentos cirúrgicos levados até os telespectadores.

“É de extrema importância que o cirurgião seja treinado e licenciado. Normalmente os cirurgiões que participam destes programas não são certificados ou possuem especialidades definidas. No entanto, os realitys atraem pessoas com uma autoestima menor e aumenta o interesse da população. A parte de informação é pequena, mas a diversão é grande e com isso aumenta o interesse da população pelo assunto”.

http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/cultura-e-lazer/contra-o-exagero

Fonte: O Fluminense

Conselho publica orientações para cirurgiões plásticos

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Médico poderá registrar etapas da operação, como consultas, exames e alertas de riscos

O CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou ontem um protocolo para orientar cirurgiões plásticos. Trata-se de um documento em que o profissional vai anotar cada etapa do procedimento, desde consultas até o pós-operatório, e registrar se informou o paciente sobre possíveis riscos.

O preenchimento do documento, por ora, é opcional, mas o presidente do conselho, Roberto Dávila, afirma que isso pode se tornar obrigatório e até mesmo se estender a outras especialidades. O objetivo é melhorar as informações prestadas ao paciente e reduzir as queixas depois da cirurgia. O formulário terá que ser assinado pelo médico e pelo paciente. Cada um ficará com uma via. O modelo está no site do CFM: www.portalmedico.org.br.

“O documento não elimina os riscos da cirurgia, mas eles ficam reduzidos se tomarmos esses cuidados“, diz Antônio Gonçalves Pinheiro, da câmara técnica de cirurgia plástica do CFM. A iniciativa surgiu após reclamações de pacientes. Entre 2006 e 2010, a cirurgia plástica subiu do sexto para o terceiro lugar no ranking de processos no conselho.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica também terá um manual para os profissionais, com orientações sobre duração e número de procedimentos em uma cirurgia. Não haverá limite quantitativo. “Cada caso é um caso“, diz Sebastião Guerra, presidente da entidade. A publicação deve sair até outubro.

Fonte: Folha de S.Paulo / ANGELA PINHO

Sem câncer e com alta dose de alegria

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Um grupo de 61 mulheres comemora o sucesso do mutirão para reconstrução da mama, resultado da parceria entre a rede pública e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Um mês depois de serem submetidas à cirurgia de reconstrução da mama, durante mutirão médico, as 61 mulheres operadas se reuniram, ontem, pela primeira vez no auditório do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para o balanço pós-operatório das plásticas realizadas. O hospital, antes palco de protestos por causa da demora de atendimento às pacientes que passaram por mastectomia, se transformou em local de comemoração. A alegria das mulheres era tamanha que o pudor cedeu espaço ao orgulho de mostrar a nova mama. “Sinto-me uma mocinha de 15 anos com peitinho novo”, brincou a dona de casa Iraídes Silva Lima, 58 anos.

O mutirão realizado em 30 de março contribuiu para reduzir a fila de espera por cirurgias de reconstrução mamária no Distrito Federal. Segundo dados do Ministério da Saúde, antes, o DF ocupava a 12ª posição entre as unidades da Federação em quantidade de cirurgias. Entre 2008 e 2010, ocorreram 547 operações. Se os outros estados mantiveram nos primeiros meses de 2011, o mesmo ritmo de cirurgias de 2010, com os 61 novos procedimentos, o DF sobe para o nono lugar.

Porém mais de 300 brasilienses ainda aguardam para sentir a mesma alegria que das 61pacientes que ontem se encontram no Hran. Para conseguir atender ao menos as 97 selecionadas para o mutirão de março e que não fizeram a cirurgia porque não apresentavam condições adequadas de saúde, o Hran realizará a partir do próximo dia 14, minimutirões sempre aos sábados a cada quinzena para atender 12 pacientes que passaram pela mastectomia. “O mutirão foi um grande salto, mas não conseguimos zerar a fila, esperamos atender pelo menos as 97 até o fim do ano”, explicou Edilberto Araújo, presidente regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

De acordo com o coordenador da inciativa, Luciano Chaves, 98% das cirurgias feitas em 30 de março foram consideradas um sucesso. Apenas uma paciente teve uma pequena hemorrogia. Graças aos bons resultados de Brasília, o médico espera parceria com o governo federal e secretarias estaduais de saúde para a promoção de um mutirão nacional a ser realizado em março de 2012, envolvendo 4,2 mil cirurgiões plásticos para atender as mais de 2 mil mulheres que aguardam o procedimento de recomposição mamária. “Nosso pensamento tem que ser maior. Temos que levar o projeto-piloto de Brasília à esfera nacional”, conclamou.

Vários procedimentos

A reconstrução da mama é considerada a parte final do tratamento do câncer de mama, já que exige a retirada do órgão. Por isso, oSistema Único de Saúde (SUS) faz a cirurgia desde 1999 na rede pública e conveniada. O mutirão de Brasília foi uma parceria entre a rede privada de hospitais do DF, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Secretaria de Saúde do DF. A parceria também se mantém no pós-operatório. Uma mulher submetida à reconstituição mamária geralmente volta ao centro cirúrgico pelo menos mais duas vezes. Primeiro, ela faz o preenchimento. Em seguida, a simetria das mamas e, seis meses depois, o bico do seio.

A copeira Mônica Consolação, de 41 anos, esperou oito anos para ter reconstruído o bico do seio. Só no mutirão ela conseguiu, finalmente, ter a mama inteiramente reconstituída. “Fiquei tirando fotos de todo o processo e, agora, fotografo com orgulho a minha mama completa”, conta. A piauiense Maria Zita Rodrigues de Sousa, 49, também está com a autoestima recuperada. “Sofri demais quando descobri a doença, estava tudo tomado e tive que tirar toda a mama. Agora, ela está aqui de volta”, conta, entusiasmada, a copeira.

Fonte: Correio Braziliense

Mutirão de Cirurgia Plástica – DF

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Às 7h de ontem, foi dada a largada para a maratona de cirurgias de reconstrução de mama que operaram 61 mulheres em 12 horas, número quase equivalente às 70 feitas ao longo de 2010. É a primeira vez que um mutirão como esse é realizado no Brasil. Para garantir o sucesso nos atendimentos, o reforço veio de 17 médicos de fora do Distrito Federal. A experiência pretende ser piloto de um projeto que prevê iniciativa parecida em âmbito nacional, prevista para março de 2012 — serão beneficiadas cerca de 2 mil mulheres que estão na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, os bons resultados de ontem serão encaminhados para análise da presidente Dilma Rousseff.

A escolha do DF aconteceu por causa da fila de 300 mulheres à espera de cirurgia plástica — algumas pacientes aguardam a oportunidade há 15 anos. A demora levou-as a protestarem em dezembro do ano passado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) (leia Memória). Além disso, Brasília sedia a Jornada de Cirurgia Plástica Etapa Centro-Oeste. Os profissionais envolvidos no evento tornaram possível a iniciativa. “Já fizemos oito mutirões de cirurgia plástica pelo Brasil, mas nenhum de reconstrução mamária”, afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Sebastião Guerra.

Para os procedimentos de ontem, 158 pacientes foram selecionadas. Elas se submeteram a exames e 64 se viram aptas para a cirurgia plástica. “Escolhemos as que atendiam as condições necessárias, as que não tinham alterações nos exames ou estavam fazendo quimioterapia ou radioterapia”, explicou o coordenador do mutirão, Luciano Chaves. Mas, desse total, três não fizeram a cirurgia. Uma por que a pressão arterial estava alta; outra por causa de uma infecção; e a terceira por motivos familiares.

Dos 14 hospitais participantes, sete são da rede pública de saúde e sete, da rede privada. Ao todo, foram usadas 32 salas de cirurgia. Mais de 120 médicos se envolveram na maratona, sendo 90 cirurgiões plásticos e 32 anestesistas. Também participou uma equipe de 90 enfermeiros. Cada intervenção levou, em média, cinco horas.

SUS

O chefe de cirurgia plástica do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Luiz de Gonzaga Guimarães, atendeu o Correio após oito horas ininterruptas de cirurgias. “Existe a falta de acompanhamento em todos os níveis sociais em relação a câncer e reconstrução mamária. Um mutirão como esse vale a pena para alertar sobre a importância da prevenção”, explicou (leia entrevista completa abaixo).

O diretor executivo do Sindicato Brasiliense de Hospitais Privados, José Carlos Daher, afirmou que uma cirurgia de recomposição de mama custa de R$ 10 mil a R$ 15 mil. A cirurgia de reconstrução da mama é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 1999 por meio da rede pública e conveniada. A lei federal que garante esse direito vale em casos de mutilação decorrente do tratamento de câncer. O secretário de saúde do DF, Rafael Barbosa, afirmou que a iniciativa servirá de exemplo para aumentar a quantidade de cirurgias no DF, que desde 2009 não ultrapassa 70 por ano.

Medicina estética fora da lei

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) está apertando o cerco contra a medicina estética, especialidade não reconhecida pela entidade, mas muito oferecida em consultórios. Um primeiro passo é a elaboração de um manual sobre publicidade médica, que aumentará as restrições aos chamados procedimentos estéticos. O texto, além de apontar o que pode ou não ser anunciado, fará recomendações para apurar e denunciar responsáveis por irregularidades.
O manual proíbe, por exemplo, as propagandas mostrando pacientes antes e depois de cirurgias ou intervenções. O médico também não poderá usar de sensacionalismo para atrair pacientes, como prometer que ele obterá um certo resultado.- A divulgação de antes e depois é quebra de sigilo entre médico e paciente – explica o coordenador da Câmara de Cirurgia Plástica do CFM, Antônio Pinheiro.
O assunto foi tema de reunião do conselho ontem. Só no ano passado, dois médicos tiveram seus registros cassados por terem se “vendido” como médicos estéticos, o que é ilegal.
A Sociedade Brasileira de Medicina Estética entrou com um pedido para que a prática virasse especialidade médica em 2005. No entanto, os conselheiros entenderam que não há nada de novo na atividade para justificar sua inclusão. Os procedimentos realizados por médicos que se intitulam como “estéticos” – como preenchimento de rugas, aplicação de toxina botulínica e outras intervenções antienvelhecimento – são feitos por especialidades existentes, como a dermatologia e a cirurgia plástica.- Temos sugerido a esses médicos que procurem fazer especializações em dermatologia, cirurgia plástica, angiologia ou endocrinologia – diz o conselheiro do CFM Emmanuel Fortes, afirmando que a maioria dos profissionais que aplicam toxina botulínica não tem especialidade alguma.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, Aloizio Faria de Souza, há pelo menos 15 mil médicos no Brasil realizando procedimentos estéticos e que não se pode generalizar afirmando que eles são desqualificados. Ele admite que há profissionais que fazem cursos rápidos, com carga horária menor, apenas para aprender um tratamento estético. Mas também lembra que no país existem cursos de pós-graduação em medicina estética, dirigido exclusivamente a médicos.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo, Faria de Souza, a pressão de médicos das sociedades de dermatologia e cirurgia plástica para o não reconhecimento da medicina estética como especialidade tem um único objetivo, fazer reserva de mercado: – Essas sociedades estão estruturadas há mais tempo e têm mais poder político. Mas a medicina estética é praticada em todo o mundo.
Bogdana Victória Kadunc, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, discorda de Faria e diz que a prática de tratamentos dermatológicos por profissionais que se dizem especialistas em medicina estética pode ser um risco para a saúde.
– Para uma especialidade ser reconhecida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina, é necessário um longo caminho e o preenchimento de uma série de critérios, como, por exemplo, oferecer curso de residência médica – diz.

Tratamentos não reconhecidos

Há casos, diz Bogdana, de médicos esteticistas que se dizem dermatologistas; e isso é grave.- Eles não estudaram profundamente pele, músculos e vasos; não conhecem doenças dermatológicas e às vezes nem sabem reconhecer um tumor. Em mãos não habilitadas, peelings podem deixar cicatrizes permanentes; preenchimentos podem causar isquemia, necrose; laser pode provocar queimaduras graves, e toxina botulínica deformações.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Sebastião Nelson Edy Guerra, diz que há casos de médicos que oferecem tratamentos não reconhecidos pela SBCP, como lipoaspiração em consultório.

O Brasileiro que operou Khadafi

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O CIRURGIÃO

Ribeiro em seu consultório em Botafogo, no Rio. “Não cobrei nada de Khadafi, mas ganhei um presente em dólares e francos”

O slogan da clínica do niteroiense Liacyr Ribeiro, de 70 anos, é “cirurgia plástica e bom-senso”. Não há dúvida de que ele domina a especialidade. Ribeiro presidiu a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (entre 1991 e 1992), escreveu 68 artigos científicos e capítulos de livros e tem orgulho de comandar a Associação dos Ex-Alunos do Prof. Ivo Pitanguy. Quanto à sensatez, há controvérsias. Onde estava o bom-senso do médico que, em 1995, aceitou se enfiar num bunker em Trípoli, na Líbia, depois de receber a incumbência de melhorar a aparência do ditador Muammar Khadafi?

Nos últimos 16 anos, Ribeiro cuidou bem desse segredo. Resolveu revelá-lo a ÉPOCA depois de consultar a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica a respeito das implicações éticas de sua decisão. Diz que recebeu passe livre e contou uma história reveladora. “Não estou fazendo isso para atrair clientes para minha clínica. Contar que operei Khadafi é antipropaganda, porque, afinal, ele não está com boa aparência”, diz. “Minha intenção é contribuir para a compreensão de uma figura histórica em torno da qual há muita especulação e pouca informação.”

Ribeiro opera no Rio de Janeiro, onde mantém dois consultórios (um em Botafogo e outro na Barra da Tijuca), e, algumas vezes por ano, em Nápoles, na Itália. Ele não confirma, mas blogs italianos informam que um de seus clientes é o premiê Silvio Berlusconi.

No episódio da operação de Khadafi foi parar em Trípoli por obra de um homem que assistia com interesse a suas palestras na Argentina e na Europa. Um dia o homem misterioso se apresentou. Disse que se chamava Mohamed Zaid e era ministro da Saúde da Líbia. Zaid o convidou para participar do I Congresso Pan-Arábico de Cirurgia Plástica, que seria realizado na capital da Líbia em 1994. Ribeiro aceitou. Apresentou trabalhos sobre cirurgia plástica de mama, assunto ao qual dedicou toda a carreira. Ao final de uma das palestras, Zaid disse que gostaria que ele visse uma pessoa muito querida. Ribeiro imaginou que veria a mulher do ministro, que talvez estivesse interessada em retocar os seios.

“Queria deixar o rosto do Khadafi esticadinho em 1995. Ele exigiu uma cirurgia imperceptível”

Ribeiro diz que foi conduzido a um carro dirigido pelo próprio Zaid. Passaram pelo palácio destruído pelos americanos em 1986 durante um bombardeio que matou a filha adotiva de Khadafi. Logo depois, Ribeiro começou a ficar apreensivo. O carro serpenteou por ruas estreitas antes de passar por vários bloqueios vigiados por soldados armados. O ministro estacionou diante de uma construção. Os dois entraram, e Ribeiro foi colocado numa biblioteca. Só aí o ministro disse:

– Você vai examinar o nosso líder.

O cirurgião começou a entender o tamanho da encrenca em que se metera – até então, involuntariamente. “Só percebi que aquilo era o bunker do Khadafi quando fui colocado sozinho com ele embaixo de uma tenda, montada dentro de casa. Apesar da penumbra, Ribeiro reconheceu a figura do ditador, que vestia uma túnica longa. O ministro e o médico particular – um paquistanês que morava na biblioteca – não acompanharam a consulta. Ribeiro ouviu a porta bater atrás de si, enquanto Khadafi se aproximava. No primeiro contato, o ditador foi gentil e educado. “Ele apertou a minha mão e, num inglês impecável, aprendido quando estudou estratégia militar na Inglaterra, explicou o que queria”, diz. “Não me deu medo.”

A primeira coisa que o ditador fez foi tentar justificar por que precisava de uma cirurgia de rejuvenescimento. “Ele disse que estava no poder havia muitos anos e não queria que os jovens o vissem como um velho.” Khadafi havia lido sobre várias técnicas. Foi logo dizendo o que queria e o que não queria. Ribeiro indicou ao ditador um lifting facial completo, operação para erguer a pele ou a musculatura do rosto com o objetivo de fazer a pessoa parecer mais jovem. “Queria deixá-lo com o rosto bem esticadinho, mas ele não aceitou”, diz Ribeiro. “Pediu uma intervenção natural que não deixasse vestígios, como uma cicatriz atrás da orelha.” Ribeiro diz ter explicado ao ditador que, sem o lifting facial, o resultado da cirurgia poderia ficar aquém do desejado. Não conseguiu convencê-lo a aceitar o procedimento mais radical. “Apesar de educado e inteligente, Khadafi me pareceu introvertido, tímido, frio”, afirma. “Quando eu fazia uma pergunta, ele não respondia de imediato. Cada palavra parecia calculada.” Ao final da conversa, Khadafi irrompeu:

– O.k. Vamos fazer a cirurgia hoje.

Sem acreditar no que ouvia, Ribeiro gaguejou. Disse que não seria possível, que precisava de material específico, assistentes, anestesistas… arriscou qualquer argumento capaz de tirá-lo dali (em segurança) o mais rápido possível. Com a intervenção do médico particular de Khadafi e do ministro da Saúde, chegou-se a um acordo. A cirurgia foi combinada para o ano seguinte. No primeiro encontro, Ribeiro faria apenas um pequeno procedimento. Com anestesia local, extrairia gordura da barriga do ditador e usaria esse material para tentar preencher e amenizar os sulcos profundos provocados pela flacidez das maçãs do rosto. Sem alternativa, Ribeiro aceitou. Mas sofreu para conseguir encontrar e extrair gordura na barriga do ditador. “Khadafi era saradaço, se exercitava muito. Tinha uma academia completa dentro do bunker e uma piscina de 100 metros.”

No mesmo lugar, a família do ditador dispunha também de um gabinete odontológico, comandado por uma dentista búlgara. Era equipado com o que existia de mais moderno no mundo. Havia, ainda, duas salas de cirurgia completas, com equipamentos de UTI. Em 1995, Ribeiro voltou a Trípoli com o colega Fabio Nacach, especialista em implante capilar.

Ficou combinado que, além de tentar frear o avanço da calvície, Ribeiro melhoraria o aspecto das pálpebras, amenizaria os sulcos ao lado das maçãs do rosto e disfarçaria uma cicatriz localizada no lado direito da testa. O ditador não contou ao médico o que teria provocado a cicatriz, mas Ribeiro teve a impressão de que eram vestígios de uma facada.

UM BRASILEIRO NO BUNKER
1. Khadafi e Ribeiro em 1994, quando se conheceram em Trípoli. 2. Ribeiro nas ruínas romanas de Sabrath, a 70 quilômetros de Trípoli. 3. O brasileiro na biblioteca em que foi colocado, dentro do bunker de Khadafi. Ele não se lembra do nome do paquistanês (à esq. na foto), que era o médico particular de Khadafi. O ministro da Saúde, Mohamed Zaid (à dir. na foto), apresentou Ribeiro a Khadafi
Khadafi marcou a cirurgia para as 2 horas da madrugada. “Por causa do calor, só os mais pobres trabalham durante o dia em Trípoli. Quem pode fazer compras ou ir ao médico, por exemplo, faz isso à noite ou de madrugada”, afirma. Khadafi permaneceu s consciente porque recebeu apenas anestesia local e sedação. Tinha medo de morrer ou ser morto durante a anestesia geral. No meio do procedimento, mandou parar tudo porque queria comer um hambúrguer. O material cirúrgico foi removido e sanduíches foram servidos a toda a equipe. Além dos dois brasileiros, estavam na sala dois anestesistas (um russo e um egípcio) e uma instrumentadora iugoslava. Segundo Ribeiro, Khadafi gostou do resultado. Mas o médico teve de permanecer em Trípoli para acompanhar a recuperação dele. Depois de dez dias, ouviu do ditador:

– Este lugar, sem mulheres e sem bebida, deve ser um sacrifício para você. Pode ir embora.

Quando finalmente entrou no carro para começar a viagem de volta ao Brasil, Ribeiro tomou consciência do risco que corria por ser o autor de uma obra que precisava ser esquecida. “Pensei: agora estou morto. Este carro vai explodir antes de chegar à fronteira com a Tunísia.” Nessa conjuntura, Ribeiro diz que preferiu não cobrar nada. “Ele era, ao mesmo tempo, um estadista e um ditador. Achei melhor não dizer nada sobre dinheiro.” Pode-se dizer que o “estadista” – responsável por uma lista vergonhosa de atrocidades em 40 anos de poder e que hoje lança bombas contra sua própria população – indenizou bem o brasileiro pelo susto. Na despedida, Ribeiro ganhou um presentinho do ministro da Saúde. Um envelope recheado de dólares e francos. O médico não revela o valor, mas diz que ganhou muito mais do que cobraria pelo mesmo tratamento no Brasil. Há cinco anos, a equipe de Khadafi pediu que Ribeiro voltasse a Trípoli para um novo procedimento. Alegando doença na família, Ribeiro recusou. “Acho que ele se ofendeu.” Nunca mais foi procurado.

Fonte: Época