Por SBCP
Em junho, com as festividades juninas e tradições de queima de fogos e fogueiras, aumentam os casos de queimaduras no país. Quando a área queimada é muito grande e não é possível utilizar a pele do próprio paciente (autoenxerto), realiza-se o transplante de pele (aloenxerto), caso exista essa possibilidade. Isso porque o Brasil conta com apenas quatro deles: Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro e o estoque não é suficiente para atender a demanda nacional.
O Dr. Níveo Steffen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e autor do livro “Manual Para Implantação de Banco de Pele Humana no Brasil”, afirma que o número de Bancos de Tecidos Pele no Brasil é muito pequeno e, considerando o baixo valor dos aloenxertos, “Seria muito importante que novos Bancos de Pele fossem abertos em todos os Estados da Federação, o que determinaria uma melhora significativa ao atendimento de pacientes queimados, minimizando o sofrimento e o quadro de dor, proporcionando em casos graves a manutenção da vida”, explica.
Realizado em casos de queimaduras graves, o transplante de pele pode ser decisivo para a sobrevivência do paciente. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2017 a estatística anual de queimaduras era de aproximadamente um milhão. Em muitos desses casos, as vítimas são crianças com até 14 anos.
COMO É REALIZADO O TRANSPLANTE DE PELE?
O tecido aplicado no paciente funciona como um curativo biológico. Após a retirada da pele lesada (desbridamento) é realizado o transplante que irá substituir os tecidos carbonizados e mortos que foram retirados. “Essa nova pele proporciona alívio da dor e melhora clínica do paciente”, afirma Steffen. Em aproximadamente duas semanas, essa pele transplantada será eliminada pelo organismo, mas, neste estágio, já é possível utilizar a pele do próprio paciente para a cobertura das áreas queimadas.
CASOS HISTÓRICOS
Em 1961, em um dos maiores incêndios já ocorridos no Brasil, do Gran Circo Norte-Americano, em Niterói, o Brasil contava apenas com um Banco de Pele em São Paulo, da Unidade de Queimaduras do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Todo o estoque foi enviado para o atendimento das vítimas, mas não foi suficiente e a maioria da pele transplantada veio dos Estados Unidos.
Em 2013, o Banco de Tecidos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, RS, fundado em 2005, foi fundamental para o atendimento das centenas de queimados em um incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria. Esse mesmo Banco enviou peles para o tratamento das vítimas do incêndio em uma creche de Janaúba, Minas Gerais, em 2017, que deixou 13 mortos e mais de 40 feridos.
SOBRE A SBCP
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica foi fundada em 1948, em São Paulo, com o objetivo de promover e aprimorar o estudo da cirurgia plástica no Brasil. Hoje, a SBCP é composta por aproximadamente 6.500 cirurgiões plásticos, entre titulares, associados e aspirantes a membros. Presente em todo o País, a SBCP possui regionais em 19 capitais do País promovendo o avanço da especialidade em jornadas, simpósios e Congressos, estimulando a pesquisa científica e sua publicação para promover o intercâmbio entre especialistas brasileiros e estrangeiros, pautados na densidade científica sempre em busca da segurança do paciente.
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