O Brasil é campeão em um tipo inusitado de cirurgia plástica. Engana-se quem acha que o clássico silicone nos seios lidera esse ranking. A labioplastia, também conhecida como ninfoplastia, tem como intuito diminuir o tamanho dos pequenos lábios vaginais e, de acordo com o último levantamento realizado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, é o procedimento mais escolhido pelas brasileiras.
Segundo o cirurgião plástico Sérgio Feijó, cerca de 80% das ninfoplastias envolvem apenas a redução dos lábios internos, que podem serem muito grandes e atrapalhar a vida sexual. Além disso, aumentam o risco de infecção e acabam sendo tão incômodos que chegam a aparecer na malha de ginástica. Sendo assim, a estética é o ponto de partida para que as mulheres busquem esse tipo de intervenção. No entanto, o conforto também conta muito, já que as circunstâncias que levam ao aumento dos pequenos lábios, apesar de variarem a cada caso, podem começar ainda na adolescência.
O profissional ressalta ainda que, mesmo com todos os avanços, a cirurgia íntima é encarada com constrangimento pelo público feminino, que muitas vezes chega ao consultório sem saber da existência do procedimento. “Geralmente, as mulheres que vem fazer a abdominoplastia (cirurgia que corrige a flacidez causada pela gravidez e pelo grande emagrecimento) são as que optam por fazer a ninfoplastia. Mas muitas têm vergonha ou nem sabem que existe a cirurgia intima”, explica o cirurgião, que garante não haver motivo para receio, já que não há perda de sensibilidade na área e o procedimento, com anestesia local, dura pouco menos de uma hora.
Para Andressa Pereira, o medo não foi maior do que a vontade de reerguer sua autoestima. Casada, ela se sentia frustrada com a vida sexual e constantemente desconfortável com o volume de seus lábios vaginais. “O pior era o sentimento de constrangimento com meu marido, que apesar de nunca ter reclamado percebia que não me sentia à vontade entre quatro paredes. Além disso, aquele pequeno volume me incomodava demais, principalmente quando ia fazer depilação ou me consultava no ginecologista.”
Para o especialista, o cuidado deve ser redobrado no pós-operatório. Por ser uma região muito vascularizada, o cirurgião recomenda o uso de analgésicos e antibióticos, mas destaca que a atenção deve ser na higienização da área, que deve ser lavada com shampoo de bebê com PH neutro, por causa de sua limpeza suave que não agride a pele. “Lembrando que é indispensável que a paciente repouse durante três dias e não tenha relação sexual durante um mês”, alerta o médico.
Para quem sofre com esse problema e fica constrangida, Andressa aconselha: “Não tenha vergonha de expor algo que te incomoda, pois isso pode mudar tudo em você, inclusive seu relacionamento conjugal. Fazer isso me trouxe uma autoconfiança inimaginável, porque é muito mais natural do que se imagina.”
fonte:http://www.metropoles.com/