Não é possível dizer que há um padrão de beleza no mundo. Se em um país a pele clara e branca é valorizada, em outro o consenso é de que é preciso estar bronzeado para ser belo. No entanto, isto pouco importa. O fato é que, apesar de ser impossível definir um consenso universal, as pessoas buscam e valorizam a beleza, seja qual for sua definição. E a cirurgia plástica se tornou uma das formas de perseguir e atingir estes padrões.
Enquanto os americanos sempre foram conhecidos por amarem cirurgias plásticas, o Brasil tomou o posto de “capital” da cirurgia plástica mundial. Em 2013 foram realizados cerca de 1,5 milhões de procedimentos no país, 40 mil a mais do que nos EUA. Estes dados se tornam mais impactantes se for levado em consideração que o país americano tem cerca de 315 milhões de habitantes contra 200 milhões de brasileiros, além da esperada diferença entre a renda per capta dos dois países.
O aumento de pessoas que se submetem a cirurgias plásticas em terras brasileiras é creditado ao aumento de cirurgiões plásticos capacitados e também ao acesso financeiro facilitado para quem deseja realizar procedimentos, apesar de que o gosto dos brasileiros por cirurgia plástica não ser novo. Um dos indicadores desta “paixão” seria o fato de cirurgiões plásticos como Ivo Pitanguy (também conhecido como um dos fundadores da cirurgia plástica) se tornarem celebridades por aqui. Aliás, o pensamento deste cirurgião plástico de que a beleza é um direito para todos, independentemente da situação financeira ou social do indivíduo, é tão aceita que um instituto foi criado e batizado com seu nome.
Mas, em uma escala global, os EUA e o Brasil são responsáveis por apenas um quarto do total de cirurgias plásticas realizadas. Após eles o país que mais registra procedimentos é o México, com 500 mil por ano, seguido de perto por Colômbia e Alemanha. Se você estiver buscando as taxas de acordo com a população dos países a história é completamente diferente: Coréia do Sul, Grécia e Itália lideram o ranking global. Nestes lugares dez cirurgias plásticas são realizadas para cada 1000 pessoas. Na Coréia do Sul, por exemplo, uma em cada cinco mulheres já se submeteu a algum procedimento. Nos EUA esta taxa é de uma para cada 20.
Os americanos que fazem cirurgias plásticas preferem manter a informação em segredo. Os sul-coreanos, por outro lado, são mais abertos neste assunto. No país asiático é comum que os pais paguem procedimentos para filhos e filhas aos 18 anos e o turismo médico é cada vez maior. A ideia de que a beleza leva ao sucesso profissional e financeiro é algo cultural por lá, apesar de não ser o único país com este tipo de visão. Grécia, Coréia do Sul e Itália não só apresentam um alto número de procedimentos considerados invasivos como também os não invasivos, como o peeling químico. É surpreendente ver a Grécia nesta lista, já que o país enfrente forte crise econômica. Na verdade, o número de cirurgias plásticas têm crescido no país durante este período e a explicação é simples: com menos poder econômico o preço dos procedimentos também cai. Cirurgiões plásticos gregos também afirmam que o aumento se dá por conta da necessidade das pessoas se sentirem bem consigo mesmas durante tempos problemáticos – para muitos deles a crise se tornou uma oportunidade.
Para resumir, a cirurgia plástica está crescendo em todos os lugares. As operações continuam a se tornar mais seguras, mais efetivas, mais rápidas, financeiramente mais viáveis e não mais consideradas como um tabu social.
Você se surpreendeu com algum dos dados?
Texto de autoria de Kelly Cook publicado no site Real Self.
Crédito da foto: IronRodArt – Royce Bair (“Star Shooter”) via Compfight cc