Novidade em implante mamário é apresentada durante o Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, o maior evento na área do Brasil e o segundo maior do mundo.
Uma prótese de silicone que pode aumentar de tamanho durante ou depois da cirurgia foi o destaque do 47.º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, que reuniu mais de dois mil cirurgiões plásticos brasileiros e estrangeiros entre os dias 11 e 15 de novembro em Vitória, no estado do Espírito Santo.
Chamado de Spectra, o implante ajustável criado pelo cirurgião sul-africano Hilton Becker – que já tem uma prótese que leva o seu sobrenome – está em fase final de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas já está aprovada e em uso em outros países, especialmente na Europa.
INOVAÇÃO
A novidade é uma câmara interna, onde pode ser inserido soro fisiológico por meio de uma cânula. Se preenchida completamente, esta câmera pode aumentar em até 30% a projeção do seio, o que resolveria o problema daquelas mulheres que, depois que o inchaço do pós-operatório vai embora, acham que deveriam ter colocado uma prótese maior. Elas têm um período de alguns meses para voltar ao cirurgião e sair com um novo tamanho sem ter de trocar a prótese.
A possibilidade de “ganhar” mais projeção do seio, em um procedimento mais simples do que fazer outra cirurgia, não é a única vantagem da Spectra. A novidade, segundo o criador, é ideal às cerca de 15% das mulheres brasileiras que, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, têm assimetria nas mamas. Becker, no entanto, garante que quase 100% das mulheres têm algum grau de assimetria.
Quando essas pacientes com mamas de tamanhos ou formas diferentes são submetidas à cirurgia, é necessário que o cirurgião faça a prova de vários tamanhos de próteses diferentes, até que chegue em uma combinação que julgue proporcional. Mas, com próteses de tamanhos diferentes, mesmo que se consiga a mesma projeção, a base das mesmas será diferente. “Isso não acontece com a Spectra, já que o cirurgião pode ajustar as dimensões e o volume da prótese na hora da cirurgia”, afirma.
MAMA
O número de cirurgias de aumento da mama pelo implante de prótese tem crescido no Brasil. De acordo com pesquisa do Ibope, no ano passado este foi o procedimento cirúrgico mais solicitado pelas mulheres, com mais de 156 mil intervenções. O cirurgião plástico Sebastião Nelson Edy Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, comprova este crescimento, apesar de o número ser bastante próximo ao de outro procedimento que já foi campeão de intervenções. “As últimas estatísticas mostraram que, entre as mulheres, 21% das cirurgias plásticas são feitas para o implante de prótese de silicone, enquanto 20% se trata de lipoaspiração. E muitas vezes a mulher acaba sendo submetida aos dois procedimentos de uma só vez”, conta.
CONGRESSO
O evento contou com a presença de grandes nomes da cirurgia plástica internacional e nacional, como Ivo Pitanguy, e com a participação de diversas sociedades internacionais da cirurgia plástica. Segundo Guerra, o congresso é um ponto de encontro dos cirurgiões plásticos, que usam a oportunidade para discutir o presente e o futuro da área. “Aqui é onde as técnicas de cirurgia se consolidam ou são derrubadas. São discutidas as experiências médicas e é feita uma revisão sobre as práticas da cirurgia plástica. Não há cirurgia sem riscos. Mas este é um congresso em que está sendo muito valorizada a segurança em cirurgias e estamos lutando para que os problemas decorrentes da cirurgia plástica sejam cada vez mais raros”, diz.
Sobre a escolha de um profissional, o presidente afirma que o primeiro passo é procurar indicações de pessoas que já foram submetidas ao procedimento esperado. “É importante conversar com outros pacientes e entrar em contato com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, pois se um médico é um dos 4,8 mil membros, ele é habilitado e fiscalizado constantemente”, diz.